sábado, 10 de abril de 2010

Carta aos Efésios

"Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo," Efésios 4:13

Deus em toda sua história tem se mostrado ao homem como o maior interessado em unir todos os povos em torno de um mesmo interesse, o de adora-lo através de um relacionamento verdadeiro. Ele sempre procurou produzir meios pelos quais isso pudesse acontecer.


Deus tratou desse assunto de várias maneiras através de homens que por Ele foram chamados e levantados, como exemplo: Abraão, Moisés, Davi, Elias, Daniel, Jonas, etc. Deus por sua vez, percebeu a dureza do coração humano em se juntar a Ele nesse sentido e colocou em pratica seu plano superior, o de enviar a Cristo como mediador entre Ele e o homem, objetivando que seu interesse de unir os povos se concretizasse.

Sabemos que a Cruz de Cristo é o divisor de águas entre o povo interessado naquilo que é de Deus e do povo que tem seus interesses em outras coisas. Ocorre que ao longo dos séculos, ano após ano, vemos mais e mais homens se levantam interessados em seus próprios interesses deixando o interesse superior de Deus em segundo plano.

Essa verdade não era diferente em relação ao povo de Deus em Efeso, que na ocasião era um centro importante para o trabalho cristão, que crescia e influenciava grande parte daquela província romana em se converter ao cristianismo e compreender a vontade de Deus. Mais o que já se arrastava desde o passado estava se evidenciando naqueles dias, ou seja, os interesses humanos se sobrepondo aos interesses divinos, fato que também estava acontecendo no meio cristão, dentro da igreja. Paulo que nesse tempo estava preso, não perdeu tempo em escrever para aquela amada igreja com o intuito de abrir seus olhos a respeito de tal situação errônea.

Os judeus convertidos queriam sobrepor seus interesses aos gentios também convertidos, os quais por sua vez resistam desejando que os seus é que sobressaíssem, o que disseminou uma divisão de interesses pessoais entre eles. Porém o que eles tinham que aprender é que a igreja do Senhor Jesus, além de exercer várias funções tinha como função bem específica era a de andar em unidade, onde as paredes o orgulho, preconceito e egoísmo deveriam ser deixados de lado, sendo destacado o amor pluralizado entre os povos, quer seja judeu, grego, romano ou outro qualquer.

A unidade era o símbolo do verdadeiro cristianismo, onde alguns vendiam parte do que tinha para suprir a necessidade do outro, onde havia tudo em comum entre eles. Paulo destaca que independentemente do povo em questão, todos teriam que ter um único interesse, o de Deus, fazendo comparações a seguir: a igreja é como um corpo humano onde Cristo é a cabeça; como um edifício onde Cristo é a pedra angular (de esquina); e como um casamento onde Cristo é noivo e a igreja a noiva. Essa é verdadeira demonstração dos interesses de Deus em nos unir em torno Dele.

O fato é que sendo eles judeus ou gentis, deveriam compreender que Cristo vem em primeiro lugar e ao se praticar seus ensinamentos, tornamo-nos um único povo com uma única identidade, a identidade dos filhos de Deus.

Ao ver tudo isso, chagamos a conclusão de que nós como igreja de Cristo nos dias de hoje temos que nos empenhar em cultivar essa identidade, onde Cristo seja sempre a cabeça. A pedra angular e o noivo da igreja, onde também os interesses divinos estejam ocupando o primeiro lugar em nossas vidas. Para isso é preciso resistir às barreiras da discórdia, da disputa e da desagregação social, que tentam se levantar contra a igreja de Cristo. Caso isso ocorra, sabemos que certamente seremos derrotados, pois não se pode admitir interesses pessoais sobrepondo os interesses de Deus, esse nunca foi e nunca será o seu plano para nós. Para Deus não existem filhos prediletos, não existem melhores ou piores, maiores e menores, todos somos iguais. Portanto observemos bem de perto o contexto da Epistola de Efésios e busquemos diferenciar os interesses de Deus dos nossos, a fim de priorizar sempre os Dele em nossas vidas, pois só assim estaremos cumprindo o nosso chamado, quer seja a de corpo, de edifício ou a de noiva.

Carta aos Gálatas

"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão." Gálatas 5:1

Que bom é quando de alguma forma descobrimos nossas origens, através de nossos tataravôs, bisavôs, avós, onde eles moravam, quem eles foram e o que faziam. É bom saber também que nossos pais procuraram seguir as tradições da família, quer seja materna ou paterna, ainda mais quando tais fatos estão registrados em fotos ou inventários e patrimônios.


Quando olhamos para as Escrituras Sagradas aprendemos que, quando nós tornamos filhos de Deus por meio de Jesus Cristo, somos levados a observar a história dos filhos de Deus, que dentre muitas outras histórias, há uma série de situações que devemos atentar, como por exemplo, a tradição judaica.

O que muito se erra é quando queremos ultrapassar nossos limites e trazer essa tradição para nossa realidade de vida, achando que assim (guardando a tradição do povo judeu) seremos mais crentes e conseqüentemente mais salvos do que aqueles que não guardam. Isso é um grande erro de interpretação e foi o que estava acontecendo com os gálatas convertidos ao cristianismo. Eles se viram iludidos com falsas doutrinas sobre uma tradição judaica, a da circuncisão, deixando-se levar por tal influência, achando que com isso teriam mais vantagens com Deus. Tais heresias chegaram a essa igreja através de falsos apóstolos e líderes religiosos que os influenciavam a tal situação.

Paulo escreve a carta para alertá-los a respeito, defendendo a liberdade cristã que vemos existir até nos dias de hoje. Todos nós temos tal liberdade quando de fato estamos em Cristo Jesus. Cristo nos libertou do julgo de escravidão e querer virar as costas para tal verdade, é simplesmente ignorar o sacrifício de Jesus na cruz do calvário.

Ao ler toda a carta, ficamos como que alertas sobre os perigos que os gálatas enfrentaram a respeito de tais desvios da doutrina dos apóstolos, as quais trouxeram prejuízos, muitas vezes desastrosos para suas vidas.

A exemplo disso temos a interpretação que nas tradições que procuram concorrer com os ensinos da Palavra de Deus, de que elas levam a prisões, que por sua vez, geram inconstâncias, indecisões e imaturidades, o que causará desequilíbrio a vida proposta que Deus tem para cada um de nós.

Se não vejamos, a conseqüência da inconstância produz erros irreparáveis, bem como vergonha e fraqueza espiritual, quando impede a caminhada com Cristo, pois ocasiona momentos variados no comportamento por não conseguir se ajustar a linha doutrinária das escrituras. Isso provoca insatisfação e vulnerabilidade quanto aos ataques dos inimigos.

Outra conseqüência é as indecisões, que divide o coração produzindo uma constante culpa e perdas, seja na área espiritual, emocional ou na física. As indecisões levam o homem a lugar nenhum, a não ser a estagnação.

Em razão de tudo isso, a imaturidade se torna visível àqueles que se apóiam a qualquer vento de doutrina, onde tem por base as tradições que são verdadeiros símbolos da religiosidade.

Tais práticas impedem que muitos recebam a Palavra de Deus como doutrina sólida, permanecendo no “leitinho espiritual”, deixando assim de crescer, isso produz instabilidade na fé e permite que falsos ensinos aprisionem seus seguidores a princípios básicos, mantendo-os lá por muito tempo.

Quando fazemos uma analise séria sobre a verdadeira liberdade cristã, compreendemos quem somos no reino de Deus e para onde ele quer nos levar. Poderemos observar corretamente que não devemos sair do caminho proposto, pois qualquer que seja a quantia de fermento que caia na massa a levedará completamente.

Que a nossa justificação venha sempre da fé no filho de Deus; que nosso espírito lute contra a carne na certeza de vitória, uma vez que as obras da carne sempre excluirão o reino de Deus; que o fruto espiritual seja o sinal de crescimento, o qual produz constância, decisão e maturidade, a fim de ajudar nas cargas uns dos outros através de humildade, confiança, exame de consciência e benevolência.

Para terminar, o destaque fica em que, a doutrina dos falsos mestres se gloria nos ritos cerimoniais e nas marcas da carne, enquanto que a doutrina de Paulo se gloria na cruz e nas marcas do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém!