quarta-feira, 16 de março de 2011

Primeira Carta de João

Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” I João 4:8


Ao que nos parece ao se ler esse versículo acima é que amamos a Deus de verdade, não é mesmo? Lembrando que esse amor que trata o texto é o conhecido Amor Ágape, amor proveniente do trono de Deus, portanto amor espiritual, diferente de todos os outros mencionados dentro ou fora da Bíblia.
Partindo desse princípio, a Palavra de Deus diz que as coisas espirituais se discernem espiritualmente, somos então levados a crer que só poderemos compreender o Amor de Deus quando de fato estivermos vivendo numa dimensão espiritual. O amor de Deus vai além da encarnação. Humanamente falando, somos impedidos de compreender ou mensurar a capacidade do amor supremo de Deus, humanamente falando e esse amor por ser infinito, não pode ser comparado ao amor pregado pelo mundo em que vivemos.
Para podermos compreender o amor de Deus, na verdade precisamos estar revestidos do poder do Espírito Santo, pois somente Ele nos capacita de tal maneira a compreender o inexplicável, tal entendimento torna-se acessível somente aos filhos de Deus. É necessário um novo nascimento, é necessária uma nova visão e uma nova perspectiva de vida, onde existindo um intimo envolvimento da parte dos filhos, o Pai na sua intimidade revela a sua bondade gradativamente.
Notamos que foi assim com Moisés quando pediu a Deus que lhe mostrasse sua glória. Ao lhe pedir tal coisa, não imaginava sua amplitude, não tinha idéia do que havia lhe pedido. O que ocorreu em seguida foi que Deus se mostrou de uma forma singular a Moisés, a Palavra de Deus narra que somente a bondade de Deus surgiu entre a fenda da pedra, e em seguida, ao descer Moisés do monte Sinai, seu rosto resplandecia a glória de Deus. Ao lermos minuciosamente a Bíblia, notamos que a Moisés foi revelada uma pequena parte do amor de Deus, ou seja, a sua bondade.
Se reconhecermos que necessitamos compreender o amor de Deus, devemos antes de tudo compreender que tal capacidade de amar é concedida pelo amor proveniente de Dele que é derramado em nossos corações e não o acharemos em outra circunstância qualquer. Isso envolve um profundo comprometimento com o reino de Deus e com sua justiça, do contrário estaremos equivocados.
Agora, se estamos comprometidos com Deus e com sua obra e se afirmamos conhecer a Deus, temos que estar dispostos a amá-lo, bem como ao próximo, pois dessa disposição é que demonstramos o quanto seu amor faz diferença. Lembro-me de um fato que ocorreu comigo, há tempos atrás, o qual marcou minha vida, quando após uma hora de explicações sobre o plano da salvação e suas implicações a um andarilho que se encontrava na porta da igreja, no momento do culto, onde para ele tais ensinos e doutrinas não fariam sentido algum, se não fosse o abraço apertado do qual fui impelido pelo Espírito Santo a dar naquele homem no final de nossa conversa, abraço que concretizou o amor de Deus por ele, que minutos após encontrava-se chorando, rendendo-se a Deus de fato.    
Há uma emergente necessidade de demonstrarmos o amor de Deus as pessoas, pois o amor de Deus é para ser compartilhado entre os homens. Na medida em que nos comprometemos com Deus, Ele vai se revelando gradualmente a nós. A pratica do amor não tem regras e nem obstáculos, o que faz com que esse amor se torne inatingível é o nosso preconceito e nossas limitações, que impomos de acordo com nosso bel prazer. Para Deus, basta desejamos usufruir desse amor de todo nosso coração, ele será revelado de maneira simples, objetiva e contundente. 
Devemos nos lembrar, porém, é que, o amor de Deus, como já foi dito antes, é o Amor Ágape, um amor diferente por ir além da limitação humana e, portanto, não é um sentimento e sim uma atitude que deve ser considerada como muito importante para Deus. O “eu sinto que te amo” ou “eu não sinto que amo tal pessoa”, está fora de cogitação pela perspectiva de Deus, para Ele, o amar é sem restrições.
Ao olharmos para a atitude do Pai Eterno quando da atitude que tomou ao dar seu próprio Filho em favor da humanidade, percebemos que de fato, esse amor é diferente daquele amor recíproco, onde “eu te dou amor e você me devolve na mesma intensidade”. Temos que assumir que nossa natureza humana é limitada ao estremo em compreender tal amor. Queremos a todo instante um retorno bom e confortável, principalmente quando temos que dispor de alguma coisa, ainda mais se isso nos custe algo, como tempo, dinheiro ou atenção.
Quando assumo minha compreensão do que significa amar com o amor ágape, estou na verdade dando uma oportunidade para usufruir de algo mais valioso, algo que está acima da mediocridade humana, estou valorizando quem me amou primeiro, quem sempre se importou comigo e que jamais me abandonará. Eu bem sei que independente do resultado de minhas atitudes de amor para com o próximo ou para com Deus, estarei fazendo o que me é certo, assim sendo devo prosseguir em minha vida procurando amar indistintamente quem quer que seja, pois assim estarei obedecendo a voz daquele que me ama.

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